quarta-feira, outubro 02, 2019

Em jogo de ‘loucos’ ninguém merecia perder

Há jogos em que até dá pena que o árbitro apite pela última vez. O duelo de domingo de manhã no Campo da Portela foi um desses exemplos, já que em confronto estiveram duas equipas que se olharam nos olhos e assinaram um grande espectáculo de futebol. O jogo teve de tudo: emoção, polémica, grandes golos e um final épico. O resultado final (4-4) aceita-se já que nenhuma das equipas merecia perder, mas a bem da verdade, o resultado acaba por ser mais amargo para a Pelariga, que por duas vezes deixou fugir uma vantagem de dois golos.
O jogo começou com dois tentos de rajada da Pelariga. Logo aos dois minutos, aproveitando a passividade da defesa da casa, Gonçalo atirou em vólei, à entrada da área, para o golo inaugural. Estava dado o mote para uma manhã de gran­des golos. Seis minutos depois, a Pelariga dilatou a vantagem num lance de insistência em que João Tomás ganhou na raça aos adversários directos e atirou para o fundo das redes (0-2).
A partir daqui o jogo mudou completamente de figurino. A Pelariga começou a complicar e a individualizar as suas acções, dando a oportunidade ao Marinhense de segurar as rédeas do jogo e de sufocar o adversário. Ainda assim, a equipa da casa tardava em criar uma real situação de perigo até que Simão Domingues, do meio da rua, encheu-se de fé e atirou para o 2-1, fazendo a bola passar por cima do guardião Bruno. Mais um grande golo.
Com a discussão do resultado novamente em aberto, a Pelariga voltou a assumir as despesas do jogo e, até ao intervalo dispôs de várias situações para dilatar a vantagem, sendo a mais flagrante a protagonizada por Gustavo que, num contra-ataque rápido e completamente isolado, acabou por dominar mal a bola e rematou já em esforço para defesa de Daniel.
Na segunda parte, o jogo começou electrizante, com o perigo a rondar as duas balizas, mas foi mais feliz o Marinhense na sequência de um livre em que a bola foi colocada na área onde apareceu o recém-entrado Bernardo Alfaiate a cabecear para o golo do empate (2-2).
O jogo continuou numa toa­da de parada e resposta, e foi a Pelariga quem desperdiçou uma excelente oportunidade para se colocar de novo em vantagem quando João Tomás permitiu a defesa de Daniel na cobrança de um pontapé de penálti.
Se não foi à primeira foi à segunda. Na sequência de um canto, Rafa saltou mais alto que os adversários, e cabeceou para o fundo das redes, dando de novo a vantagem à Pelariga.
Pouco depois, numa fase em que o Marinhense tentava o tudo por tudo, a Pelariga parecia ter sentenciado a partida na sequência de um canto em que Ricardo Vieira cabeceou para o 2-4.
Faltavam menos de dez minutos para jogar e o resultado parecia feito, mas foi puro engano, já que houve ainda tem­po para uma 'bomba' de Gonçalo Rolo que 'explodiu' na barra da baliza visitante. De seguida, na sequência de um canto, Cardona cabeceou ao poste, em mais um momento infeliz dos vidreiros.
A persistência do Marinhense acabaria por dar os seus frutos no período de compensação, quando o capitão Gonçalo Bastos mostrou como se fazia e, na sequência de um livre directo à entrada da área, reduziu para 3-4, para mais um grande golo.
Quando já ninguém acreditava, eis que também na sequência de um livre de Gonçalo Bastos para a área surgiu Duar­te Florência a fazer o 4-4 final, levando à explosão de alegria dos adeptos da casa.
Arbitragem com alguns erros do trio de Coimbra. Terá perdoado a expulsão a Gonçalo Rolo ainda na primeira parte.|

AC Marinhense 4
Daniel, André Mendes, Duarte Florência, André Balinha, Gonçalo Rolo, Simão Meca (Cardona, 75'), Gonçalo Bastos (c), Simão Domingues (Hugo Pereira, 65'), Paulo Alves (Bernardo Alfaiate, int.), Bruno Pola, Osvaldo.
Não jogaram: João Ferreira, Miguel Gomes, Tomás Alexandre.
Treinador: Rui Dias.

GD Pelariga 4
Bruno, Afonso, Rica, Rafa (c), Simão Simões (Gabi, 65'), Alex, Gustavo, João Tomás (Rafael Simões, 80+1'), Rodrigo (Serrano, 65'), Ricardo Veira, Gonçalo.
Não jogaram: Martim e João Pereira.
Treinador: Marco Ferreira.

Campo da Portela, Marinha Grande
Árbitro: Pedro Nascimento (AF Coimbra). Assistentes: Cátia Tavares e Gonçalo Esteves.
Espectadores: 150. Ao intervalo: 1-2.
Golos: 0-1 Gonçalo (2'), 0-2 João Tomás (8'), 1-2 Simão Domingues (21'), 2-2 Bernardo Alfaiate (49'), 2-3 Rafa (66'), 2-4 Ricardo Vieira (71'), 3-4 Gonçalo Bastos (80+2'), 4-4 Duarte Florência (80+5').
Disciplina: Amarelo a Rafa (29'), Duarte Florência (50'), Ricardo Vieira (77'), Gonçalo Rolo (80+3').

Texto e foto: José Roque - Diário de Leiria

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