quinta-feira, fevereiro 21, 2019

Árbitros regressam ao balneário e encontram roupas na sanita


O futebol distrital em Leiria viveu mais um episódio insólito no passado sábado. No final do jogo entre o AC Marinhense e a UD Leiria B, a contar para a Divisão de Honra de juvenis, quando a equipa de arbitragem regressou aos balneários deparou-se com um cenário inusitado, já que toda a roupa do árbitro principal e dos árbitros assistentes, assim como telemóveis e chaves, estavam na sanita.
Tudo aconteceu no Campo da Portela, na Marinha Grande, após um jogo em que os leirienses venceram por 0-3 e que teve alguma polémica à mistura. É que perto do apito final o árbitro Gonçalo Carreira pediu aos elementos da PSP presentes para identificar dois adeptos da equipa da casa, que estavam na bancada, alegadamente por insultos à equipa de arbitragem. Este episódio acabou por incendiar ainda mais os ânimos, mas nada faria prever o cenário que o árbitro e os seus assistentes Fábio Monteiro e Bruno Colaço encontraram no balneário.
Contactado pelo Diário de Leiria, o árbitro Gonçalo Carreira, que pertence aos quadros nacionais de arbitragem, não quis tecer qualquer comentário, mas o nosso jornal sabe que para além de ter sido apresentada queixa junto das autoridades, a equipa de arbitragem vai levar o caso até ao tribunal com o apoio da APAF – Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol.

Luciano Gonçalves, presidente da APAF, fala em episódio vergonhoso
“Este é mais um episódio que envergonha o futebol. Espero que o Atlético Clube Marinhense, um clube com grande história, não se reveja neste tipo de atitudes e que, no mínimo, faça um pedido de desculpa aos árbitros”, vincou o presidente da APAF, Luciano Gonçalves, confirmando todo o apoio da instituição que preside à equipa de arbitragem.
Segundo conseguiu apurar o Diário de Leiria, a roupa dos três árbitros, que continha telemóveis e chaves nos bolsos, foi colocada na sanita dos balneários dos árbitros, tendo sido feita uma descarga de água. Além disso, a porta do balneário não apresentava qualquer indício de arrombamento.
Para João Mendes, vice-presidente do AC Marinhense com o pelouro do futebol de formação, todo este episódio “não tem explicação” e é “muito estranho”. “Não sei como é que tudo isto possa ter acontecido. O balneário só tem uma chave e essa chave estava na posse do árbitro. Não há outra cha­ve”, adiantou o responsável, acrescentando ter achado estranho que o árbitro só tenha dado conta da ocorrência “vários minutos depois de ter entrado no balneário”. Por fim, João Mendes remete para as autoridades a investigação do caso.
Já o presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Leiria (AFL) condenou a atitude e pede que as autoridades desportivas actuem em conformidade. “O que aconteceu é muito grave. Não é uma agressão, mas é como se fosse. Trata-se de uma situação humilhante para os árbitros”, adiantou Carlos Ama­do, acrescentando que a invasão da privacidade é uma situação “muito grave”.|

Texto: José Roque - Diário de Leiria
Foto: André Lucas

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