Sócios do Marinhense dão luz verde à constituição de uma SAD

O Atlético Clube Marinhense vai constituir uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD). A decisão foi tomada pelos sócios do clube de forma unânime na assembleia-geral, que decorreu na noite de quarta-feira, e a SAD deverá ser oficializada durante o mês de Outubro.

A constituição de uma SAD surge da necessidade que criar uma estrutura preparada para receber investimento externo e é isso mesmo que vai acontecer, já que 80% da SAD ficará nas mãos de uma empresa liderada por um investidor de nacionalidade colombiana, mas com negócios no ramo da hotelaria e construção civil nos Estados Unidos da América. Os restantes 20% da sociedade irão pertencer ao clube, que terá em Bruno Ferreira o administrador não executivo nos órgãos sociais da SAD.

Segundo fonte presente na assembleia-geral, os 80% da SAD serão vendidos ao investidor colombiano por 350 mil euros, sendo que no protocolo a estabelecer entre o investidor e o clube, a direcção do Marinhense salvaguardou várias questões, nomeadamente o facto de o clube não ter qualquer obrigação de participar no orçamento da SAD, ou seja, todo o investimento que for fei­to no futebol será da inteira responsabilidade da SAD. Além disso, ficará estabelecido no protocolo que, se por parte da SAD houver algum tipo de incumprimento, o processo reverte-se a favor do clube, ou seja, os 80% retornam para o clube.

Segundo apurou ainda o Diá­rio de Leiria, ficará ainda estabelecido que, entre outras obrigações, a SAD do Marinhense terá que pagar uma mensalidade de 7.500 euros pelos direitos de ima­gem/mar­ca e utilização das infra-estruturas do clube. Contudo, se o AC Marinhense SAD ascender à II Liga, essa mensalidade pas­sa a ser de 10 mil euros, e se tivermos a falar da I Liga, esse valor ascende a 15.000 mensais.

Por outro lado, a SAD vidreira ficará totalmente responsável pela gestão do futebol sénior, ou seja, terá sob a sua alçada a equipa que neste momento ocupa o penúltimo lugar no Campeonato de Portugal, e a equipa ‘B’ ou sub-23, que compete na Divisão de Honra distrital.

Jogadores colombianos

Apesar da parceria entre o AC Marinhense e o investidor colombiano só agora caminhar para a sua oficialização, através da aprovação dos sócios, a verdade é que o entendimento entre as partes já é antigo ao pon­to de já estarem ao serviço de Rui Rodrigues um grupo de seis jogadores colombianos que chegaram à Marinha Gran­­de precisamente pelas mãos do investidor colombiano. São eles o guarda-redes Jair Mosquera, o defesa Oidel Pérez, os médios David Rojo, Jean Sinisterra e Víctor Córdoba, e o avançado Jhon Quiñones. O único que já se estreou pela formação vidreira foi Oidel Pérez, que foi titular na derrota em Oleiros, por 4-0.

Ao que o Diário de Leiria conseguiu apurar, não deverão chegar mais jogadores para reforçar o plantel de Rui Rodrigues, já que há um limite de seis jogadores não formados localmente que podem ser utilizados numa partida do Campeonato de Portugal, pelo que o técnico vidreiro terá que fazer uma gestão dos recursos que tem ao seu dispôs.

Oficialmente, o AC Marinhense já apresentou quatro deste reforços colombianos, fal­tando ainda chegar os certificados internacionais de Jair Mosquera e e Jhon Quiñones.

Mário Fernandes volta a ser presidente do clube

Numa assembleia-geral das mais concorridas dos últimos anos, os sócios elegeram ainda os novos corpos sociais do clube para o biénio 2019/2021, com Mário Fernandes a regressar ao leme do AC Marinhense. O empresário tinha abandonado a presidência do clube no início do ano por questões pessoais, tendo sido substituído por Bruno Ferreira, mas Mário Fernandes acredita que agora é hora de regressar à liderança do clube, o que mereceu a aprovação dos sócios.

Na assembleia-geral, todos os pontos da ordem de trabalhos foram aprovados por unanimidade, onde se incluiu ainda apresentação, discussão e votação do relatório e contas do clube, relativo ao exercício de 2018 e o parecer do Conselho Fiscal. Além disso, os sócios endereçaram à direcção do clube, por unanimidade, um voto de louvor.|

Texto: José Roque - Diário de Leiria