Campo de São Mateus, em Pedrógão
Árbitro : Carlos Silva (AF.Castelo Branco)
PEDROGUENSE: Miguel; Rafael, Toni, Marco Ferreira, Serginho; Edson (Filipe, 84’) e Poeta (Tátá, 69’); Aguiar, João Raposo (Tiago, 89’), Ricardo Silva e Hélder Vaz (Cap.).
Suplentes não utilizados: Samuel, Fábio e Madeiras.
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SPORT. CAST. DE PERA: Eduardo (Jorge Silva, 45’); Tiago, Pierrot, Assa (Riky, 64’), Hugo; Paulo Jorge; Renato (Fredy, 45’), Paulito, Márcio (Cap.); Zé Mário e Fábio.
Suplentes não utilizados: Paulino, André, Ruben e Xapa.
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Pedroguense e Castanheira de Pêra encontraram-se para mais um apetecível derby, se bem que as ambições das duas equipas em termos de campeonato sejam este ano bem diferentes. Mas, nestes jogos não há favoritos e, curiosamente, encontraram-se precisamente na melhor forma desta época de ambas as equipas, embora o Sport tenha perdido na jornada anterior.O Recreio Pedroguense apresentou-se para este jogo com muitas baixas: Luís António, Dani, Caló e Xinoca nem se equiparam devido a lesões. Madeiras, embora no “banco”, estava limitado e apresentava um hematoma bem visível. Tátá, também convocado, sentou-se no banco de suplentes dado não ter treinado durante toda a semana...Também o Sport de Castanheira de Pera apresentava algumas baixas. Menos, mas dadas as limitações do plantel, também muito influentes: Donizete nem se equipou e Fredy jogou apenas na segunda parte, ainda que “tocado”.Quanto ao jogo, propriamente dito, começou melhor a equipa da casa (o Recreio Pedroguense, já que o jogo foi trocado devido ao sintético do Campo do Sport ainda não estar em condições) que se instalou desde o primeiro lance no meio-campo adversário. Atitude que não apanhou ninguém desprevenido, já que João Almeida apresentou uma estratégia de ataque, num claro 4x2x4, com o meio-campo entregue a Poeta e Edson, mas que também contava muito com a inteligência táctica de Aguiar que fez uma primeira parte extraordinária.No entanto, o primeiro lance mais emotivo foi junto à grande área do Recreio, provocado por um atraso displicente de Rafael, que Miguel resolveu com muita serenidade.Na resposta, Edson lança para as costas da defensiva Castanheirense, valendo a atenção e categoria de Eduardo que negou o golo a Raposo. Aos 8’, é Ricardo Silva que não dá o melhor seguimento a uma jogada de envolvimento do Pedroguense.Aos 13’, surge o 1-0. Livre perigoso à entrada da área que Ricardo Silva se encarrega de marcar com muita mestria e aproveitando a má colocação de Eduardo que esperava a bola colocada por cima da barreira e Ricardo Silva colocou-a rasteira, junto ao posto.A pressão da equipa da casa intensificou-se, os forasteiros acusaram o golo e passaram por um período de algum desnorte que lhes poderia ter custado bem caro, não fora a ineficácia atacante e a classe de Eduardo.Aos 29’, surge o primeiro remate do Sport, à baliza. Ainda assim, de muito longe e à figura de Miguel. Mas, ficou o aviso e, apenas dois minutos volvidos, Assa (o melhor do Sport enquanto esteve em campo) à entrada da pequena área a surgir nas costas da defensiva da casa e a dar o melhor seguimento a um livre bem apontado por Renato e a restabelecer a igualdade.A equipa da casa abanou e acabou por ser algo contra a corrente do jogo que passou novamente para a frente no marcador, através de Helder Vaz que, muito oportuno, fez o desvio já na pequena área, a remate de João Raposo. Golo que surge, curiosamente, no melhor período do Sport.Já quase a terminar a primeira parte, Eduardo antecipa-se a Ricardo Silva e logo ali fica a queixar-se do joelho. Ainda aguentou até ao intervalo mas já não voltou para a segunda parte, sendo substituído por Jorge Silva. A vantagem ao intervalo pela diferença mínima afigurava-se justa, num jogo que estava a ser jogado com muita intensidade e com alguns bons momentos de futebol, num terreno que se apresentava bastante castigado pelo mau tempo.Na segunda parte, os pedroguenses vieram com a disposição de gerir o resultado e jogar na falha do adversário e, ou, num momento de maior inspiração de um dos muitos bons jogadores do seu plantel.E foi o que aconteceu, o Sport equilibrou mais o jogo, mas a qualidade pedroguense vinha ao de cima. Assim, logo aos 53’ surge o 3-1, após uma boa combinação na esquerda, centro de Sergito e Raposo a antecipar-se aos seus opositores já na pequena área.O jogo perdia qualidade e aumentavam as jogadas de choque e foi com naturalidade que surgiu o 4-1, pelo inevitável Ricardo Silva que somou o seu 26º (!) golo no campeonato.No final, vitória justa, por números que espelharam a diferença das equipas neste jogo.No Recreio, destaque para a primeira parte de Edson, Poeta e Aguiar.No Sport, Assa foi o jogador mais inconformado e o que mais acreditou, lutou e jogou enquanto esteve em campo. Fredy, embora apenas meio jogo em campo e limitado fisicamente, mostrou que tem classe e pode sonhar com outros “voos”.A arbitragem, esteve bem na primeira parte, mas na segunda foi muito fraquinho e fez o que um árbitro nunca deve fazer: resolver “o seu problema”. Valeu-lhe que os jogadores souberam respeitar-se...
Carlos Santos (Jornal A Comarca)