O Grupo Desportivo e Recreativo da Boavista não vai em cantigas. Em casa, não dá hipóteses a ninguém. A última vez que algum clube se deslocou à terra do leitão e trouxe de lá algum pontito foi há mais de um ano,precisamente no dia 21 de Dezembro de 2008, quando o Grupo Recreativo Amigos da Paz (GRAP), dos Pousos, lá conseguiu um empate, a uma bola. Derrotas, então... É o Outeirense que se pode gabar de ter ido “roubar”,pela última vez, os três pontos ao campo dos “axadrezados”. Foi a 8 de Dezembrode 2008. Até quando esta invencibilidade?Quinze jogos, 15 vitórias, habitualmente festejadas com... leitão, divididas pelos campeonatos distritais da 1ª divisão desta e da temporada passada. É um verdadeiro vendaval ofensivo. São nada menos de 63 golos marcados, uma média superior a três tentos por partida. Para o técnico Paulo Felício,esta marca é explicada pela “elevada qualidade técnica de vários jogadores do plantel”, alguns com experiência nos nacionais.“São jogadores acima da média que têm mais facilidade a jogar no sintético.”Mais facilidades? Porquê? Esta equipa tem dificuldades? Pois é! A equipa do concelhode Leiria deixa, muitas vezes, o seu talento em casa e quando joga fora de portas,por muito que transpire, dificilmente ganha. Os jogadores que venceram os últimos 15 jogos, que disputaram em casa são os mesmos que, em idêntico período, triunfaram apenas em cinco ocasiões na condição de visitantes.O goleador Pedro Rafael, aos 34 anos,é um dos mais experientes do plantel e não tem dúvidas em apontar o dedo ao “factor pelado” como uma das justificações para esse mais fraco rendimento fora de portas.“Os nossos jogadores estão habituados à relva e, por opção, quando vamos jogar em pelado, não saímos do nosso sintético para fazer uma adaptação. Já nem me lembro de ganhar fora!"Tudo pela formação!"
A equipa sénior tem dos melhores jogadores da competição, mas não ocupa oslugares de subida. São já cinco, os pontos de distância para os líderes da zona Sul,Lisboa e Marinha e GRAP. Algo que não inquieta nem o treinador, nem o presidente.Mário Rodrigues, além de líder do GDRB, é um dos seus patrocinadores. É,também, o presidente da Junta de Freguesia da Boa Vista. “Um grande amor à terra”é o que explica esta dedicação. Subir à Honra não é objectivo, até porque nãopagam aos jogadores. O relvado sintético – inaugurado em 2007 e pioneiro no concelho,os mais de cem jovens que frequentam as camadas jovens e a equipa femininade futebol de 7 são os motivos de orgulho para um presidente que de uma coisatem a certeza: “Pode haver quem goste tanto deste clube quanto eu. Mais não háde certeza!”
Jornal de Leiria
