Blog Futebol Distrital de Leiria - Depois de na época 2009-2010 ter descido aos distritais, a AD Portomosense acabou a época 2010-2011 em 3ºlugar e venceu a Taça Distrital de Leiria. Que balanço faz da época que agora terminou? E o regresso á 3ªNacional, era ou não era um objectivo do clube?
Luís Costa – Logicamente que o balanço terá de ser considerado positivo, uma vez que vencemos uma das provas, no entanto, também era um dos objectivos no inicio da época o regresso à 3ª Divisão Nacional.
FDL - A um nível geral que lhe pareceu a Divisão de Honra de 2010-2011 e concorda que o GC Alcobaça foi um justo vencedor?
L.C. – Cada vez mais os Campeonatos Distritais são mais equilibrados, e esta época não fugiu à regra. Relativamente ao vencedor da Divisão de Honra, terei de concordar que o GC Alcobaça acabou por ser um justo vencedor, pois foi a equipa mais regular ao longo de todo o Campeonato
FDL - Tem sido opinião quase unânime, que a nível geral, as arbitragens tem evoluído bastante estão muito melhores que há alguns anos atrás. Concorda com esta visão?
L.C. – Não gosto de tecer grandes comentários em relação às arbitragens, pois é extremamente complicado para quem desempenha essa função conseguir agradar a toda a gente, mas considero que se tem feito um esforço enorme para que a sua qualidade aumente, embora existam ainda algumas arestas por limar.
FDL - Com o término da época 2010-2011, termina também a ligação de algumas temporadas da AD Portomosense ao técnico Rui Bandeira. O que levou a esse desfecho?
L.C. – Não tenho rigorosamente nada a apontar em desabono do Prof. Rui Bandeira, ele sempre esteve de corpo e alma neste projecto, e deu muito dele a esta casa, ao contrário do que muita gente pode argumentar. Agradeço em nome da Direcção todo o seu empenho, mas não foi possível continuar esta ligação, por este ou aquele motivo.
FDL - Muitos dirigentes desportivos têm nos últimos tempos questionado as vantagens e desvantagens que uma presença na 3ªNacional pode de facto trazer aos clubes e há mesmo quem defenda a extinção da mesma. Qual é a sua opinião? Revê-se neste modelo competitivo?
L.C. – Neste momento de crise económica, é extremamente complicado a qualquer clube fazer face aos encargos inerentes a uma participação nos Campeonatos Nacionais, da forma como os mesmos se encontram organizados. Penso que de facto, teria de se pensar seriamente numa reformulação dos seus quadros competitivos, para que não se sentissem tantas diferenças como as que se verificam hoje, entre os Regionais e os Nacionais.
FDL - A nível de camadas jovens a AD Portomosense teve há alguns anos equipas nos nacionais. Agora dá ideia de estar a atravessar um período de menor fulgor. Concorda com esta análise? E qual o papel da formação no clube?
L.C. – Não concordo totalmente com essa análise para os escalões etários até os sub 13, no entanto após essas idades verifica-se uma redução em termos de número de atletas e da qualidade de um modo geral dos mesmos. Há uns anos atrás no Concelho de Porto de Mós, praticamente não existia mais nada a não ser o futebol de 11, mas com o passar dos anos, foram sendo criadas diversas equipas de futsal, como na Mendiga, na Fonte do Oleiro, e até mesmo dentro da estrutura ADP, que levou a que os jovens do Concelho de Porto de Mós, que outrora só tinham uma variante desportiva, passassem a ter outras opções. Também outras ofertas fora do âmbito desportivo contribuíram para tal, mas infelizmente algumas pessoas criticam sem saber as verdadeiras razões e principalmente sem se esforçarem para colaborar com os clubes. A formação no clube tem um papel determinante e tudo faremos para que continue bem viva, independentemente das dificuldades que se avizinham.
FDL - Vivemos tempos de crise e isso também se nota ao nível dos clubes. É fácil, do ponto de vista financeiro gerir um clube como a AD Portomosense? Face á crise, têm sentido necessidade de fazer reduções no orçamento?
L.C. – Só sabe as dificuldades de cada clube quem passa pelos mesmos, e de facto não é de todo fácil gerir a ADP, visto que temos encargos mensais enormes a que temos de fazer face, mas temos de saber lidar com isso. Todos os clubes sem excepção terão de ter os pés bem assentes no chão e viver com as suas próprias realidades. O orçamento é o possível e bastante reduzido, mas é o que temos, e vamos ter de saber lidar com isso, se outros conseguem outros orçamentos, só espero que saibam o que estão a fazer, uma vez que os tempos que estão à porta não auguram nada de bom.
FDL - O que se nota a nível distrital, é que muitas equipas que andaram nos nacionais muitos anos, caso do GDR Bidoeirense, UR Mirense e UD Caranguejeira, depois de descerem para os distritais, e de aí estarem alguns anos, não conseguem motivar as gentes locais para apoiar a equipa, e acabam por extinguir as equipas. Não teme que isso possa vir a acontecer com a AD Portomosense?
L.C. – Pode acontecer em qualquer lado, por isso é que considero de extrema importância, um número cada vez maior de atletas oriundos dos escalões de formação nos planteis seniores do clube. Além de trazerem supostamente mais gente aos jogos, também se envolvem mais nos trabalhos das equipas de formação, o que é de extrema importância para evitar cenários de desmotivação das gentes locais.
FDL - Muito se fala da relação de rivalidade da AD Portomosense com o CCR Alqueidão da Serra. Esta rivalidade existe de facto, a nível de instituições, ou é apenas uma saudável e natural rivalidade de equipas do mesmo concelho?
L.C. – A relação que existe em a ADP e o CCR é ótima e de respeito mútuo, existindo grandes relações de amizade entre os seus directores. A rivalidade como é lógico é extremamente salutar e natural, desde que todos os intervenientes se saibam comportar com elevação, o que felizmente tem vindo a acontecer ao longo destes últimos anos.
FDL - Para a próxima época João Moreira vai ser o técnico da AD Portomosense. O que levou a fazer esta escolha e quais os objectivos do clube para a próxima temporada?
L.C. – O João Moreira é uma pessoa que considero com a qualidade necessária para gerir a equipa técnica que é um todo, além de conhecer a realidade do clube e os seus objectivos bem a fundo. A Direcção tem total confiança na equipa técnica que escolheu, e logicamente é mais confortável para mim fazer essa escolha quando tal acontece. Em relação à próxima época a ADP vai entrar em todas as competições onde está inserida com o objectivo claro de fazer o melhor possível em todas elas.
FDL - E a nível de jogadores, quais nos pode já confirmar para a próxima época?
L.C. – Neste momento está tudo ainda por ser definido, logo teremos de aguardar mais algum tempo para saberemos o que será o plantel da ADP para a época que se avizinha.