quinta-feira, maio 28, 2020

As saudades do cheiro da relva aumentam mas a forma física é para manter

Foi no dia 30 de Abril que se confirmou aquilo que já se suspeitava nos bastidores do futebol português: a II Liga não iria retomar. Esta decisão do Governo, em conjunto com os responsáveis da Liga, atirou centenas de jogadores profissionais para um cenário nunca antes imaginável devido à necessidade que confinamento provocado pela pandemia de Covid-19. Ainda assim, muitos jogadores tentaram manter-se activos para um eventual regresso à normalidade que ainda vai tardar em acontecer. É o caso de vários futebolistas de Leiria que representam clubes da II Liga e que se viram obrigados a encontrar soluções para se manterem em forma… mesmo dentro de casa.
 “O objectivo é não parar porque quando começar a pré-época quero estar ao mais alto nível”, adiantou Igor Rodrigues, guarda-redes natural de Leiria que o Benfica emprestou ao Desp. Chaves na época 2019/­2020.
 O guardião de 25 anos admite que o fim da II Liga foi “frustrante” para os jogadores, mas garante que vai-se “adaptar” a esta nova realidade. Como? Treinando todos os dias da semana, nos Pousos, com o treinador de guarda-redes do GRAP António Dias, enquanto da parte de manhã trabalha a parte física com um personal trainer.
 Quem também faz um trabalho idêntico é a larga comitiva leiriense que compete no Vilafranquense. Filipe Oliveira, Pepo, Diogo Izata e João Vieira começaram por ter treinos ‘online’ dados pelo clube através da plataforma Zoom. Contudo, com a confirmação do cancelamento da II Liga, os jogadores passaram a ter de gerir eles próprios a sua condição física, sempre sob a orientação do clube.
 “Eu, o Pepo e o João Vieira fazemos treinos conjuntos. Como o Pepo está a tirar Desporto em Leiria é ele que nos tem orientado e treinamos juntos três vezes por semana”, conta Filipe Oliveira. O médio centro leiriense, de 26 anos, acrescentou ainda que faz várias vezes treinos sozinho, já que o mais importante é “manter a condição física”.
 Quem também treina várias vezes sozinho num ginásio improvisado que montou em casa é Diogo Izata. O médio defensivo de 23 anos segue à risca os planos de treino do clube, mas adianta que não é a mesma coisa. “Faz falta treinar em campo com os colegas. Até do cheiro da relva e do balneário sentimos falta. O objectivo é estarmos minimamente preparados para quando arrancar a pré-época mas claro que não é a mesma coisa”, concluiu.
 Igor Rodrigues, Filipe Oliveira e Diogo Izata têm ainda em comum terem visto interrompida uma época que estava a correr de feição a nível profissional, em que eram peças influentes no xadrez das suas respectivas equipas. Por isso mesmo, o amargo de boca é ainda maior. 
 “A época estava a correr-me bem, estava num bom momento e isto complicou”, contou Diogo Izata. Pelo mesmo diapasão seguiu Filipe Oliveira que estava a ter a oportunidade de jogar “com maior regularidade” ao serviço do Vilafranquense no sentido de revigorar a sua carreira. “Esta pandemia vai ter repercussões porque muitos clubes vão passar mal”, disse o médio leiriense que abre a porta a ficar em Vila Franca de Xira na próxima época.
 Com o futuro mais indefinido está Igor Rodrigues que vai falar brevemente com os responsáveis do Desportivo de Chaves e do SL Benfica para definir o seu futuro que é ainda uma incógnita. Certo é que o guardião acredita que “seria possível” retomar a II Liga como vai ser feita na I Liga, enquanto Filipe Oliveira continua a estranhar a “diferença” de tratamento para com os profissionais da I e II Ligas. |

José Roque

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