sexta-feira, maio 25, 2018

GRAP-Peniche: jogo de campeões

Decisivo. Última jornada da Divisão de Honra reservou um jogo entre o GRAP e o GD Peniche, que vai decidir o próximo campeão distrital. Para a equipa dos Pousos é obrigatório ganhar, enquanto para o Peniche o empate basta. Os treinadores de ambas as equipas mostram confiança, mas adiantam que o resultado será imprevisível.

Quando se realizou o sorteio do calendário da Divisão de Honra para a época 2017/18 poucos imaginavam que estaria reservada para a última jornada o jogo entre os dois primeiros classificados da tabela e que vai decidir a atribuição do título de campeão distrital. Por isso, o Campo da Charneca, nos Pousos, vai ser palco, no próximo domingo, às 17h00, de uma autêntica final com GRAP e GD Peniche a medirem forças ao longo dos 90 minutos, sabendo-se de antemão que apenas uma delas irá festejar. À partida o GD Peniche está em vantagem no confronto já que tem um ponto à maior sobre o seu opositor, pelo que um empate é suficiente para fazer a festa. Contudo, do outro lado estará uma equipa que, em toda a segunda volta do campeonato, apenas perdeu dois pontos, fazendo, de resto, um percurso imaculado ao ponto de lhe permitir sonhar com o título. Aliás, a última derrota da formação dos Pousos foi precisamente diante do GD Peniche (2-0), na última jornada da primeira volta. E se o Peniche regista o melhor ataque do campeonato com 72 golos marcados – contra 70 do GRAP -, a equipa dos Pousos responde com a melhor defesa da competição, com apenas 15 golos sofridos, contra 22 do Peniche. Por tudo isto, estão reunidos todos os ingredientes para um grande jogo de futebol, um jogo que terá o condão de decidir uma época inteira. Se para o Peniche, o título e a respectiva subida de divisão representa o repetir de uma história que aconteceu na época 2014/15, para o GRAP o título de campeão será um feito histórico já que o melhor que a equipa dos Pousos conseguiu foi um terceiro lugar na Divisão de Honra, obtido precisamente na época passada.

“Estamos confiantes de que podemos fazer história”
Carlos Ribeiro guarda boas recordações da época 2013/14. Foi nessa altura que o actual treinador do GRAP foi campeão distrital de Santarém ao serviço do Atlético Ouriense, levando a equipa ao Campeonato de Portugal. Um feito que o técnico de 37 anos quer voltar a repetir, mas desta feita ao serviço do GRAP. “Estamos a preparar o jogo como fazemos habitualmente. Estamos muito motivados, sabendo que vamos defrontar um adversá- rio muito difícil”, referiu Carlos Ribeiro, acrescentando que a sua equipa tem “legitimidade” para sonhar: “Acreditamos naquilo que estamos a fazer, estamos confiantes em poder fazer um bom jogo e que podemos fazer história. Penso que temos legitimidade para poder pensar num resultado positivo”, vincou. O técnico sabe que a vantagem está do lado do Peniche - a quem um empate basta para festejar o título -, mas Carlos Ribeiro não espera encontrar um opositor 'fechado' no jogo de domingo. “Acho que o Peniche não vem para empatar, pelo menos, se tivesse do outro lado, não o faria”, disse. Contudo, o responsável da formação pousense sabe que a sua equipa terá que assumir as rédeas da partida. “Será um jogo equilibrado em que ninguém pode prever o resultado. Sabemos que teremos que assumir as despesas do jogo, mas também sei que o Peniche vai-nos respeitar porque fizemos por merecer esse respeito”, vincou. Em relação ao facto de jogar em casa, Carlos Ribeiro diz que esse factor pode ser importante, mas não decisivo: “O apoio dos adeptos pode ser importante, mas curiosamente temos sido mais fortes fora de casa. Claro que se os adeptos comparecerem, como acho que vai acontecer, pode ser uma boa ajuda num jogo que é uma 'final' entre duas equipas equivalentes”. Questionado sobre a forma como a sua equipa se vai apresentar no domingo, Carlos Ribeiro apenas revelou que quer uma equipa “pragmática” , “preparada para correr riscos”, mas também “com a missão de defender bem”. O técnico acrescentou ainda que a “concentração”, a “experiência” e a “irreverência” podem ser importantes num jogo que vai “ser decidido nos detalhes”. “O grupo sabe que demos tudo ao longo da época e que dependemos só de nós. Por isso, seria um grande amargo de boca não sermos campeões”, concluiu.

Fazer o que já foi feito
Do lado do GD Peniche reina o optimismo. Tendo sido líder da Divisão de Honra durante largas jornadas e a apenas um empate de poder festejar o tí- tulo, o técnico Vítor Martins sabe que a sua equipa está a um pequeno passo de cumprir “um objectivo estabelecido desde o início da época”. “Há dois resultados que nos interessam, enquanto ao GRAP só resta ganhar. Seja como for, espero um jogo equilibrado”, adiantou Vítor Martins, acrescentando que não vai mudar a forma de jogar da sua equipa: “Não vamos jogar para o empate”, afirmou. Apesar de tudo, o técnico está bem ciente do carácter decisivo que a partida terá. “É um jogo com uma carga emocional muito grande e que vai decidir uma época”. Por isso, Vítor Martins acredita que a equipa que gerir melhor as emoções estará mais perto da vitória. “A equipa que errar menos e que acusar menos a pressão deverá ganhar. Vamos ver qual das duas equipas vai lidar melhor com essa pressão. É preciso sermos muito fortes emocionalmente, porque as emoções podem condicionar o desenrolar do jogo”, vincou. Nesse prisma, o Peniche surge teoricamente como favorito já que tem no seu plantel um rol de jogadores muito experiente. Contudo, o técnico garante que “isso não significa nada”, acrescentando que no jogo de domingo “não há favoritos”.  Confessando que “o Peniche merece ser campeão”, Vítor Martins espera que os adeptos marquem presença nos Pousos para fazer a festa junto dos jogadores. “Nós gostaríamos que estivesse muita gente de Peniche, mas no resto do campeonato não foi isso o que aconteceu. Seja como for, sei que haverá um autocarro cheio e é sempre bom os jogadores sentirem o apoio dos adeptos. Que façam do jogo uma festa”, concluiu Vítor Martins.|

José Roque - Diário de Leiria

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