quinta-feira, novembro 03, 2016

Motor Clube vende campo pelado para construir complexo desportivo


Começam a ser uma raridade: campos de futebol pelados com equipas federadas em atividade. Nas competições seniores da Associação de Futebol de Leiria (AF Leiria) apenas dois clubes têm piso de terra batida - Motor Clube, em Monte Redondo, e Grupo Alegre e Unido, na Bajouca - , ambos no concelho de Leiria. Mas até isso vai mudar e jogar no “peladão” será coisa do passado.
Dia 5 de novembro uma nova página vai ser escrita na história do Motor Clube, emblema com mais de 40 anos. O clube vai abrir as propostas, entregues até dia 31 de outubro, em carta fechada, de aquisição das atuais instalações do clube.A verba resultante da venda do campo de jogos será imediatamente aplicada na construção e implementação de infraestruturas no Complexo Desportivo Maria da Encarnação Alves da Costa e Silva (Dona Mariquinhas) para receber a equipa de futebol.
O novo terreno, com cerca de 33 mil metros quadrados, junto ao Colégio Dr. Luís Pereira da Costa e ao Centro Escolar, foi cedido à junta de freguesia de Monte Redondo em 2011 por um benemérito, Augusto Mota, para fins desportivos, culturais, educativos ou sociais.
Do bolo total, o Motor Clube ficou com 20 mil m2 e tem trabalhado o projeto desde então. As máquinas já estão a limpar a vegetação e a apresentação pública do projeto deverá acontecer no próximo mês de novembro.

Com a ajuda de todos
“O nosso campo é exíguo e, se o Motor Clube quer continuar vivo, tem que ter um projeto sustentável para que daqui a 20 anos possa estar vivo e com mais força ainda”, esclarece João Paulo Santos, presidente da direção do Motor Clube.
Mas a mudança ainda não será para já. O Motor Clube vai continuar a usar o atual recinto desportivo, com uma dimensão de oito mil m2, até ao final desta época e, em 2017/2018, assim espera a direção, estrear o tapete verde artificial.
Celine Gaspar, presidente da Junta de Freguesia, vê com bons olhos o nascimento do novo complexo desportivo que, na sua opinião, vai permitir dar “condições condignas para a prática de futebol” a muitos jovens. “É algo inevitável [ter um sintético]. Hoje em dia, o papel dos clubes está na formação e sem relvado, Monte Redondo tem perdido jovens para outras freguesias”, explica.

Pelado? Não, obrigado
Alguns quilómetros mais ao lado, ainda no concelho de Leiria, fica o outro “sobrevivente”. O Grupo Alegre e Unido, na Bajouca, procura há mais de dez anos dar o salto para o “terreno fofinho”. A falta de verbas e apoios têm dificultado a mudança. “A nossa vontade é começar o quanto antes”, diz o presidente Pedro Pedrosa, que também vê os atletas fugirem para clubes vizinhos como GD Ilha ou AC Carnide. “Já não é fácil arranjar jogadores para jogar no pelado. Ninguém quer”, lamenta.
Com instalações num terreno cedido pela Fundação Bissaya Barreto, o clube pretende mudar para terrenos anexos ao atual campo, dos quais é proprietário, e onde está instalada a pista de corta mato. Decorrem atualmente movimentações de terras para preparar o espaço.
“Entregámos o projeto na Câmara, esperamos uma resposta de apoios por parte da Federação Portuguesa de Futebol e vamos arrancar o mais rápido possível”, adianta Pedro Pedrosa, consciente que o investimento será na ordem dos 300 mil euros e é preciso encontrar verbas para financiar a obra.
Para os dois clubes, a época 2016/2017 pode ser histórica. Não somente pelos títulos que possam conquistar mas pelo salto qualitativo que estão prestes a dar, em nome da prática desportiva.

Marina Guerra

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