Vermelho e verde. À primeira vista, são as cores da Bandeira nacional. São, igualmente, as cores dos dois maiores emblemas lisboetas, Benfica e Sporting. E na vila da Benedita, distrito de Leiria, são elas que pintam as bancadas do Campo de Jogos Fonte da Senhora, casa do Beneditense, cuja equipa veste de... amarelo e azul. Um colorido especial e inédito que passa despercebido à maioria das pessoas que por ali passam e que assentou numa questão de oportunidade...
«Em 2000, soube que o Benfica estava a vender as cadeiras do antigo Estádio da Luz e conseguimos comprar cerca de 200 a um preço simbólico. Sobre as restantes, com 20 anos de associado do Sporting, fui notificado de que teria direito a uma cadeira do antigo José Alvalade. Nem pensei duas vezes, formalizei o pedido ao clube e acabámos por conseguir trazer, sem custos, cerca de 1300», recorda Sérgio Inácio, tesoureiro e antigo presidente do Beneditense, acrescentando, igualmente, alguma mística às cadeiras que ajudam a colorir o recinto:
«O Sporting foi campeão em 2000, com estas cadeiras no estádio, eu estive lá, pelo que é muito especial ter aqui estas peças históricas do futebol português. Poder estar aqui com o meu filho a ver os jogos do clube da terra é especial.»
Dos 1500 lugares sentados, nem um tem o amarelo e azul do Beneditense. O que acaba por motivar alguma rivalidade.
«Acaba por ser curioso e existe mesmo uma pequena rivalidade silenciosa entre quem assiste aos jogos. As pessoas brincam com os lugares onde se sentam, acham engraçado poder escolher as cores verde ou vermelho. Mas, felizmente, os poucos adeptos que aqui vêm estão de alma e coração com o Beneditense», congratula-se o atual presidente Luís Lopes.
«Em 2000, soube que o Benfica estava a vender as cadeiras do antigo Estádio da Luz e conseguimos comprar cerca de 200 a um preço simbólico. Sobre as restantes, com 20 anos de associado do Sporting, fui notificado de que teria direito a uma cadeira do antigo José Alvalade. Nem pensei duas vezes, formalizei o pedido ao clube e acabámos por conseguir trazer, sem custos, cerca de 1300», recorda Sérgio Inácio, tesoureiro e antigo presidente do Beneditense, acrescentando, igualmente, alguma mística às cadeiras que ajudam a colorir o recinto:
«O Sporting foi campeão em 2000, com estas cadeiras no estádio, eu estive lá, pelo que é muito especial ter aqui estas peças históricas do futebol português. Poder estar aqui com o meu filho a ver os jogos do clube da terra é especial.»
Dos 1500 lugares sentados, nem um tem o amarelo e azul do Beneditense. O que acaba por motivar alguma rivalidade.
«Acaba por ser curioso e existe mesmo uma pequena rivalidade silenciosa entre quem assiste aos jogos. As pessoas brincam com os lugares onde se sentam, acham engraçado poder escolher as cores verde ou vermelho. Mas, felizmente, os poucos adeptos que aqui vêm estão de alma e coração com o Beneditense», congratula-se o atual presidente Luís Lopes.
Benfica no... emblema
A ligação do Beneditense aos grandes de Lisboa não se esgota na história recente. O clube da AF Leiria tem no seu emblema um pormenor associado ao Sport Lisboa e Benfica: a insígnia tem um rebordo vermelho, por ordem de um dos fundadores. Rezam as crónicas que, quiçá inspirado pelo título de campeão europeu que as águias conquistaram em 1962, frente ao Real Madrid, o único cofundador do Beneditense que era adepto dos encarnados ordenou, à revelia dos seus pares, a colocação da cor vermelha.
A visita do Sporting
30 de julho de 1999 é uma data que marcou a vida do Beneditense. O Sporting fazia o segundo jogo da pré-época e deslocou-se à Benedita.
«Foi incrível ter aquele que era considerado o melhor guarda-redes do mundo [n. d. r.: Schmeichel] no nosso campo... E a assistência no estádio é um recorde por bater», conta Luís Lopes, adiantando que a moldura humana terá superado as cinco mil pessoas.
Se as cadeiras pudessem falar, lembrar-se-iam, decerto, de alguns dos momentos mais marcantes do futebol português. O regresso de Figo a Alvalade, pelo Real Madrid, a atuação de alguns dos melhores jogadores que Portugal viu no antigo Estádio da Luz... Momentos presenciados por quem se sentou nas míticas cadeiras. A grandeza de outrora mudou, mas a história, essa, perdura e continua a ser escrita.
Rodrigo Fialho - A Bola
