segunda-feira, maio 25, 2020

Novo modelo das provas nacionais desagrada ao Caldas SC

Duração da prova e dos contratos, criação da 3ª Liga e os modelos financeiros são aspectos que preocupam o clube alvinegro. Manuel Nunes era favorável à redução do número de equipas no CP.
.
Depois de muitos avanços e recuos, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou um novo modelo para as provas nacionais abaixo da 2ª Liga. O modelo traz de volta um sistema competitivo com quatro divisões nacionais, a partir da temporada 2021/22.
 A temporada que se segue será de transição, com 96 equipas no Campeonato de Portugal repartidas por 8 séries de 12, numa temporada que terá um máximo de 28 jogos para 40 equipas e 22 para as restantes. Nesta temporada de transição, os primeiros de cada série jogam pelo acesso à 2ª Liga da época seguinte (2 apurados), enquanto os classificados entre o 2º e o 5º lugar disputam o acesso à 3ª Liga, criada em 2021/22 com os dois primeiros de cada série desta fase, as seis equipas que não sobem à 2ª Liga e as duas equipas que descem desta divisão.
 As 56 equipas que se classificam entre o 5º e o 12º lugar da primeira fase terminam a prova ao fim de 22 jogos. Os quatro últimos de cada série desce aos distritais.
 O Campeonato de Portugal ficará com 60 equipas na época 2021/22 e 56 nas seguintes. A 3ª Liga será reduzida de 24 para 20 equipas na temporada 2023/24, ficando no final da reformulação o terceiro e quarto escalões com 76 equipas, mais quatro do que o actual Campeonato de Portugal.
.
CALDAS DISCORDA
O Caldas SC não concorda com o modelo adoptado e questionou, através do presidente Jorge Reis, a Federação sobre o estudo prévio que levou à adopção do modelo anunciado, inclusivamente a nível financeiro. O clube alvinegro tem dúvidas sobre questões como a duração dos contratos que devem ser feitos com os jogadores, tendo em conta que as provas passarão a ser substancialmente mais curtas. Também preocupa o clube o modelo da 3ª Liga, que a passar a uma fase única a partir de 2023/24 torna a competição incomportável para clubes com a dimensão do Caldas.
 Quem também discorda dos novos moldes é Manuel Nunes, presidente da Associação de Futebol de Leiria. Apesar de reconhecer alguns méritos à proposta, nomeadamente com a redução das taxas de jogo e de inscrições, o caldense defendia um modelo com séries de 16 equipas e subidas directa, proporcionando 30 jogos por época a todos os clubes mais a Taça de Portugal. E acrescenta que a via seguida devia ter sido pela redução e não pelo aumento do número de equipas. “Sobretudo numa altura de dificuldades financeiras para as empresas e em que os municípios terão que direccionar a despesa para áreas prioritárias”, observa. O presidente da AFL realça que quer ver mais clubes do distrito nas competições nacionais, mas não à custa da sua viabilidade financeira.
.
Liga feminina também remodelada e futsal a caminho
Além do Campeonato de Portugal, a Federação está a preparar uma verdadeira revolução nas competições que organiza. O novo modelo para o futebol feminino já está definido e estão a preparar-se mudanças também para o futsal – que deverão ser anunciadas brevemente -, com o possível regresso da 3ª Divisão nacional.
 A primeira prova a receber uma reformulação foi a liga feminina, que de 12 equipas na temporada 2019/2020 vai passar a contar com 20 equipas.
 No comunicado em que anunciou a reformução, a Federação realça que esta medida é aplicada para fazer chegar os apoios que instituiu na época passada a todos os clubes do primeiro escalão feminino a mais equipas. “Numa fase particularmente crítica em que está em risco o que foi conseguido no sector nos últimos 5 anos, seria importante que a FPF conseguisse auxiliar mais clubes como forma de manter o número de praticantes e a competitividade da prova e das selecções nacionais”, refere o organismo, acrescentando que, com o novo modelo, o apoio chegará praticamente ao dobro das atletas.
 A prova da próxima época integrará as oito primeiras classificadas das séries da 2ª Divisão e, para minimizar os custos da prova, será adoptado um modelo de duas séries de 10 equipas cada, agrupadas de acordo com a localização geográfica dos clubes.
 Na segunda fase, as quatro primeiras de cada série discutem o título, enquanto as seis restantes agrupam-se numa série única de 12 para lutar pela manutenção. Metade das equipas (seis) descerão à 2ª.

Joel Ribeiro - Gazeta das Caldas

Sem comentários:

Enviar um comentário

Pense duas vezes antes de comentar.
Moderação e bom senso é o que se pede!
Difamações e picardias valerá apena?

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

Wook