Corria o minuto 70 do jogo entre o Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural Unidos e o Motor Clube quando um adepto saltou para dentro do terreno do jogo e agrediu com um murro Ivo Mota, obrigando o jogador do Motor Clube a receber assistência no Hospital de Leiria, onde foi suturado com três pontos no lábio, tendo ainda ficado com “dois dentes a abanar”.
Tudo começou quando um jogador do GDRC Unidos teve uma entrada mais dura sobre Ivo Mota – acabaria por ver o cartão vermelho directo -, gerando um clima de tensão, não só entre os dois jogadores, como também entre os restantes agentes desportivos. Com os ânimos mais exaltados, um indivíduo saltou para dentro do campo da Lagoa, em Casal dos Claros, Amor, concelho de Leiria, e disferiu um murro na cara de Ivo Mota, obrigando à intervenção policial e à interrupção definitiva da partida por parte do árbitro.
“Nem sei de onde veio o murro. Levei com um pontapé sem bola, o que até provocou a expulsão do jogador do GDRC Unidos, e de seguida sou agredido. Senti os dentes todos a abanar”, contou Ivo Mota, acrescentando que ontem de manhã apresentou queixa do agressor na GNR de Leiria.
O jogador de 28 anos ainda se encontra abalado com todo este episódio, não sabendo se voltará a jogar futebol. “Tudo depende de como ficarem os meus dentes. Vou precisar de fazer uma intervenção nos dois dentes da frente, e tenho a boca toda rasgada. Isto também mexe com a minha imagem”, vincou.
Quem também assistiu a tudo foi João Frias, atleta do Motor Clube que estava a realizar exercícios de aquecimento. Segundo o colega de equipa do agredido, nada fazia prever aquele desfecho.
“Houve uma entrada mais dura e depois algumas picardias, mas nada de anormal. Quando a situação já estava a serenar foi quando houve a agressão. Rapidamente o nosso guarda-redes agarrou o agressor até chegar a GNR e o jogo acabou aí”, contou.
Apesar de tudo, João Frias agradece o gesto do capitão e guarda-redes da equipa da casa ao dirigirem-se ao balneário do Motor Clube “para pedirem desculpa”. Ainda assim, o atleta lamenta que a violência esteja a aumentar nos relvados do distrito. “É vergonhoso aquilo que se passou. Cada vez mais os jogadores sentem-se inseguros em campo, e são cada vez mais os episódios de agressões, porque a agressão ser a um árbitro ou um jogador é igual”, vincou.
Unidos repudia agressão
“O clube é alheio a toda esta situação. Não nos revemos neste episódio e estamos muito transtornados com tudo o que aconteceu”, salientou Carlos Valente, treinador-adjunto e director da equipa sénior do GDRC Unidos, acrescentando que o agressor “não é adepto do clube”, “nem sequer é da terra”.
O responsável disse ainda temer pelas consequências com que o GDRC Unidos poderá acarretar com este acto de violência. “O clube está solidário com o agredido. Lamentamos qualquer acto de violência seja em que campo for, ainda mais na nossa casa”, vincou Carlos Valente, acrescentando que o clube vai agora aguardar pela decisão da Associação de Futebol de Leiria (AFL) relativamente aos castigos: “Tememos perder o jogo e ter que pagar uma multa, mas o clube não tem culpa. Está nas mãos da AFL”.
Recorde-se que o jogo entre o GDRC Unidos e o Motor Clube, de Monte Redondo, contava para a terceira jornada da série A, do grupo B, da 1.ª divisão distrital de Leiria. Até ao momento da interrupção do jogo, o GDRC Unidos vencia por 1-0.|
Texto: José Roque - Diário de Leiria
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Difamações e picardias valerá apena?