quarta-feira, abril 26, 2017

Espectador invade campo e dá murro a jogador do Motor Clube

Corria o minuto 70 do jogo entre o Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural Unidos e o Motor Clube quando um adepto saltou para dentro do terreno do jogo e agrediu com um murro Ivo Mota, obrigando o jogador do Motor Clube a receber assistência no Hospital de Leiria, onde foi suturado com três pontos no lábio, tendo ainda ficado com “dois dentes a abanar”.
Tudo começou quando um jogador do GDRC Unidos teve uma entrada mais dura sobre Ivo Mota – acabaria por ver o cartão vermelho directo -, gerando um clima de tensão, não só entre os dois jogadores, co­mo também entre os restantes agentes desportivos. Com os ânimos mais exaltados, um indivíduo saltou para dentro do campo da Lagoa, em Casal dos Claros, Amor, concelho de Leiria, e disferiu um murro na cara de Ivo Mota, obrigando à intervenção policial e à interrupção definitiva da partida por parte do árbitro.
“Nem sei de onde veio o murro. Levei com um pontapé sem bola, o que até provocou a expulsão do jogador do GDRC Unidos, e de seguida sou agredido. Senti os dentes todos a abanar”, contou Ivo Mota, acrescentando que ontem de manhã apresentou queixa do agressor na GNR de Leiria.
O jogador de 28 anos ainda se encontra abalado com todo este episódio, não sabendo se voltará a jogar futebol. “Tudo depende de como ficarem os meus dentes. Vou precisar de fazer uma intervenção nos dois dentes da frente, e tenho a boca toda rasgada. Isto também mexe com a minha imagem”, vincou.
Quem também assistiu a tudo foi João Frias, atleta do Motor Clube que estava a realizar exercícios de aquecimento. Segundo o colega de equipa do agredido, nada fazia prever aquele desfecho.
“Houve uma entrada mais dura e depois algumas picardias, mas nada de anormal. Quando a situação já estava a serenar foi quando houve a agressão. Rapidamente o nos­so guarda-redes agarrou o agressor até chegar a GNR e o jogo acabou aí”, contou.
Apesar de tudo, João Frias agradece o gesto do capitão e guarda-redes da equipa da casa ao dirigirem-se ao balneário do Motor Clube “para pedirem desculpa”. Ainda assim, o atleta lamenta que a violência esteja a aumentar nos relvados do distrito. “É vergonhoso aquilo que se passou. Cada vez mais os jogadores sentem-se inseguros em cam­po, e são cada vez mais os episódios de agressões, porque a agressão ser a um árbitro ou um jogador é igual”, vincou.

Unidos repudia agressão
“O clube é alheio a toda esta situação. Não nos revemos neste episódio e estamos mui­to transtornados com tudo o que aconteceu”, salientou Carlos Valente, treinador-adjunto e director da equipa sénior do GDRC Unidos, acrescentando que o agressor “não é adepto do clube”, “nem sequer é da terra”.
O responsável disse ainda temer pelas consequências com que o GDRC Unidos poderá acarretar com este acto de violência. “O clube está solidário com o agredido. Lamentamos qualquer acto de violência seja em que campo for, ainda mais na nossa casa”, vincou Carlos Valente, acrescentando que o clube vai agora aguardar pela decisão da Associação de Futebol de Leiria (AFL) relativamente aos castigos: “Tememos perder o jogo e ter que pagar uma multa, mas o clube não tem culpa. Está nas mãos da AFL”.
Recorde-se que o jogo entre o GDRC Unidos e o Motor Clube, de Monte Redondo, contava para a terceira jornada da série A, do grupo B, da 1.ª divisão distrital de Leiria. Até ao momento da interrupção do jogo, o GDRC Unidos vencia por 1-0.|

Texto: José Roque - Diário de Leiria

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